Descrição
A tampa onde estaria o jacente não se conhece e ao nível do bordo e nos relevos apresenta algumas lacunas.
Num dos faciais maiores em relevo encontra-se uma representação de uma montaria, o caçador encontra-se montado a cavalo e com a lança investe sobre um javali de grandes dimensões que é simultaneamente atacado por um cão de agarre.
Ao lado do javali encontra-se um piqueiro que, transporta a lança encostada ao ombro e sopra no já desaparecido olifante.
A compor a representação foram esculpidas três árvores que estão completamente desprovidas de realismo, na verdade o que deveriam ser ramos são apenas umas formas discóides sem qualquer evidência de terem sido trabalhadas.
No outro facial a representação é ainda mais incompleta, na sua globalidade sugere-nos uma representação de falcoaria embora não esteja presente nenhuma ave de presa.
Assim, neste facial encontramos como figura central um cavaleiro montado, cuja postura faz lembrar as representações de outros falcoeiros nas arcas tumulares que anteriormente foram analisadas.
De cada lado surge uma árvore, não tão incompletas como as do facial oposto mas, ainda assim longe de parecerem terminadas.
Finalmente, surge-nos uma figura masculina, com uma lança segura na mão direita mas, afastada do corpo. Tal como a figura equestre não temos qualquer evidência da cabeça e a outra mão, embora se percebe que está erguida, não temos também representação do que poderia segurar, supõem-se contudo, que por mimetismo dos temas se trate de um olifante.
Autoria
Sem Autor.
Época/Periodo Cronológico
Século XIV (meados).
Materiais
Escultura e relevo em granito.
Medidas
Não aplicável
Estado de Conservação
Deficiente
Proveniência
Aquela que é considerada a arca tumular de D. Teresa Anes de Toledo encontra-se hoje no Museu de Lamego mas, a sua proveniência é a igreja do Mosteiro de São João de Tarouca.
Inicialmente, dizia-se que neste sarcófago repousavam os restos mortais de D. Branca, primeira mulher do Conde de Barcelos no entanto, essa hipótese foi colocada de parte pelo historiador Almeida Fernandes que também aponta como tendo ali sepultura D. Teresa Anes de Toledo, que fora terceira mulher de D. Pedro Afonso, Conde de Barcelos.
Está atribuída como última morada de uma mulher, o que por motivos que se prendem com a escolha da temática nos parece muito pouco provável. Sabe-se que o século XIII trouxe uma nova ideia de cavaleiro, um cavaleiro que se vê obrigado a abandonar o campo de batalha e a recolher às cortes, onde terá uma vertente mais lúdica e cultural, aproximando-se do elemento feminino mas, ainda assim, não nos parece que esta proximidade seja suficiente para que haja uma adopção de temas como o venatório para figurar na última morada de uma mulher.
Para além do referido, o próprio trabalho escultórico passa a ideia de ainda estar em fase inicial, portanto longe de estar finalizado. Assim sendo, e meramente a titulo de hipótese explicativa, parece-nos muito mais consentâneo com os canones da época, que esta arca tumular seja pertence de algum outro nobre, até com possíveis ligações ao conde D. Pedro, ou então, por outro lado um primeiro para monumento fúnebre do próprio trabalho que teria sido abandonado em prol do que hoje podemos admirar.
Bibliografia associada
FERNANDES, A. Almeida. – Homenagem de Lalim ao Conde Dom Pedro – A História de Lalim. Lamego, C.M.L e Junta de Freguesia de Lalim, 1990.
http://www.museudelamego.pt/arca-tumular/
Instituição ou Proprietário
Museu de Lamego
Localização
Largo de Camões 5100-147 Lamego – N 41º 05’ 50’’ W 7º 48’ 22’’
Esta ficha foi elaborara por: Renata Alves
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